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Encontro livro Incidente em Antares

Nosso primeiro encontro do ano foi especial, fomos recebidos na residência do Sr Agostinho e Sra Zilda, o anfitrião nos recebeu com uma deliciosa costela escondida sua especialidade.


Como sempre não faltou litros pra regar nosso debate sobre esta magnífica obra do Érico Veríssimo, que retrata momentos históricos do passado politico Brasileiro, mas que também na sua segunda parte de ficção reflete momentos reais que o Brasil vive atualmente.

Com uma media alta de 9,5 o livro se destaca entre as obras lidas pelo nosso clube.


Ainda aproveitamos o maravilhoso encontro para registrarmos depoimentos de homenagem ano nosso clube Livros e Litros que este ano de 2017 completou 5 anos de fundação.


Ao final do encontro numa disputa acirrada entre Jurema e Dom Quixote, foi escolhido a grande obra de Miguel de Cervantes para leitura e debate do nosso próximo encontro.



A s considerações de incidente de antares publicada neste post é do nosso querido escritor Antonio.


Considerações sobre o livro Incidentes em Antares, de Erico Veríssimo


É um livro datado, com o início da história se dando por volta de 1800 e seu termino em dezembro de 1963, antes do Golpe Militar de 1964.

A cidade é Antares, à margem do Rio Uruguai no Rio Grande do Sul.

Quando lemos a primeira parte, vimos um resgate histórico. Nesta parte, o texto nos leva a fazer uma reflexão sobre aquela sociedade e as pessoas que ali vivem. Não há mocinhos nem bandidos, como se vê na maioria dos romances. O interessante é que nesta parte só há vilões. Ora são os Vacarianos ora são os Campolargos dando as cartas. Depois de um longo período falando sobre o domínio dos coronéis, aparece uma mulher. Dona Quitéria, para mim a personagem mais emblemática, ela é a esposa de um homem (Zózimo) forjado para ser um coronel, no entanto, pelas circunstâncias não assume tal posto. Ele era um leitor de poesias, gostava de música clássica – na linguagem dos machos gaúchos isso era coisa de frouxo.

Dona Quitéria assume a condição de liderança. Era uma mulher culta, implanta na cidade o regime Matriarcal.

Na segunda parte temos o incidente. São os mortos que vêm para protestar e saber o porquê de não terem sido enterrados. Então se sentam no coreto da praça do lugar e vão jogar lama no ventilador. São os delatores. Primeiro delatam a si mesmo, se acusam de suas faltas, de seus roubos e de seus pecados depois anunciam seus cúmplices. A nata da sociedade é exposta com suas falcatruas e sacanagens.

O interessante que a morte os une e os iguala. Ali naquele coreto estão os tipos que formam a sociedade Antariana. Nesta parte do livro vem a tona todos os tipos de corrupção e ninguém é poupado. Parece que estamos vivendo o ano de 2016/2017, com a delação premiada da operação Lava Jato.

Mas, depois cair as máscaras de todos os caras de paus, os defuntos voltam aos seus caixões. É a operação passar a borracha, ou seja: não há nada que a água não lave e o tempo não envelheça. E com isso a verdade é enterrada junto com os mortos.

Para concluir, a lição que podemos tirar do romance lido: precisamos ver o passado com lucidez e arrancar dele lições positivas, afim aprendermos e não repetir esses erros. A ficção do livro é a realidade do Brasil. Antares é Rio Grande do Sul, é o Brasil onde o tempo dos coronéis que se foi, mas deixou seus herdeiros que agora são os empresários corruptos. Veja Odebrescht, OAS, Camargo Correia etc e seus capachos que são os políticos ladrões.





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